terça-feira, 15 de março de 2011

JUSTIÇA SOCIAL

Cada vez me parece mais urgente a democratização da nossa sociedade. A injustiça social é um dos impeditivos à nossa evolução e um dos principais factores que nos empurra para trás em inúmeras estatísticas. Grassa pelo país a ideia generalizada que apenas o povo vive em democracia e de que existe uma elite, constituída por políticos, juízes, gestores públicos, pretensos famosos (seja lá o que isso for), advogados, banqueiros e similares, que vive num clima de burguesia pré revolução francesa. Para estes não há transportes públicos ou delongas num hospital público, após uma triagem que os obriga a esperar horas. Para estes não existem filas no centro de saúde quando se precisa de um atestado, ou longas horas na segurança social para tratar das prestações sociais. Para estes é irrelevante o preço do litro de gasolina, do litro de leite ou do pão. Para estes é secundário ir ou não a julgamento ou qual o preço que o seu advogado leva à hora. Para estes não interessa se a população daquela aldeia ficou sem escola pública, sem centro de saúde, sem ambulância, sem comboio, sem metro, sem autocarro e apenas com uma estrada viável que os une à metrópole mais próxima, que outrora era uma SCUT, mas agora deixou de o ser... Para estes, tudo isto é irrisório, pois compram facilmente a alternativa! Contornam as barreiras económico-sociais, sem nunca tentar derrubá-las para quem realmente precisa. Enquanto no nosso país não se vislumbrar o vereador, o juiz, o gestor público, deslocar-se para o trabalho, sentado no banco daquela carruagem de comboio, aquele que tu normalmente ocupas, nunca teremos atingido a democracia na sua plenitude e a consequente justiça social.

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