quinta-feira, 10 de março de 2011

PROTESTANDO!!!

Portugal chegou a um plano de ruptura, embora a maior parte das pessoas ainda não se tenha apercebido disso. O tempo da mudança é agora e necessitamos todos, em conjunto, reflectir sobre o panorama político actual e como podemos colaborar na sua alteração, independentemente da nossa cor política (caso exista). A sociedade cívica foi chamada a intervir há meses atrás, mas o poder instituído tem esfregado avidamente as mãos, pois até agora nada ocorreu. Ainda ontem, na sua tomada de posse, o Presidente de 50% dos portugueses que foram votar, num discurso profundamente demagógico (que usualmente se cola à esquerda política), incitava os jovens a se indignarem com o estado a que isto chegou. Não deixa de ser irónico tal posição vinda de um senhor que teve dois mandatos com maioria parlamentar, e que em nenhum deles escutou a juventude, antes pelo contrário fazia ouvidos de mercador. O mesmo se aplicava a qualquer forma de protesto, que era desvalorizada imediatamente e conotada como anti-patriota... E é mesmo aqui que pretendo chegar. É urgente mudar o paradigma de que o acto de protestar é um acto de violência, de agressividade, de cariz anti-patriota e ligado a movimentos de esquerda. Protestar é um acto de liberdade, a mesma que foi sonegada durante tanto tempo, e que mais que um direito, deveria ser um dever cívico. É com o protesto, com a contestação, que a sociedade civil leva a sua voz a quem de direito, transmitindo os seus desejos e expectativas à classe política. Porque não nos podemos limitar a eleger um Parlamento de 4 em 4 anos e, posteriormente, nos demitirmos de qualquer responsabilidade sobre o mesmo, limitando-nos a criticar as políticas vigentes em conversas de café... Somos nós, em última análise, os fiscais do governo e de toda a classe política! Longe vai o tempo em que até as forças de direita protestavam nas ruas, fazendo ouvir a sua vozes e deixando patente as suas ideias para o país. É certo que os tempos eram outros, mas como é que de repente chegámos à ideia que o protesto, a contestação, a manifestação, o direito à indignação, são contraproducentes e avessos aos interesses nacionais??? Apelo, como já devem ter adivinhado, ao movimento de dia 12 de Março, que espero pintalgue algumas das grandes cidades nacionais com a cor da juventude, mas também com a cor da indignação de uma população que começa a estar farta de que uma reduzida elite viva acima das nossas possibilidades! Farta dos sacrifícios pedidos sem se contemplarem quaisquer resultados! Esperando que este movimento seja verdadeiramente global e transversal a toda a sociedade, independentemente de convicções ou credos de cada um. Vamos para a rua lutar, de forma ordeira e pacífica, por um país melhor e que responda ao ensejo de toda uma geração, mas mais do que isso, ao ensejo de toda a população... Porque é urgente mudar o paradigma de que protestar é violência, vamos fazer-nos ouvir pois, democraticamente, já ouvimos demais...

2 comentários:

nunocavaco disse...

Concordo contigo.

Editor disse...

Fazia ouvidos de mercador até telefonar ao seu fiel amigo, Dias Loureiro, para enviar a polícia bastonar os manifestantes. Bem me recordo enquanto jovem de assistir a alguns espectáculos degradantes, tivessem eles uma ponte como cenário ou a assembleia da república. No dia 12, salto para a rua novamente, não que acredite que algo vá mudar mas pela necessidade urgente de gritar contra aquilo que se está a passar. Clama-se protesto.